A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta de análise sistemática utilizada para avaliar o impacto ambiental de um produto ao longo do seu ciclo de vida. Isto é, considera os impactos desde a extração da matéria prima, até o descarte final após uso, ou seja, do berço ao túmulo.
No setor da construção civil brasileiro, esta ferramenta já é intensamente aplicada pela Sustentech visando as certificações de sustentabilidade de projetos. Por exemplo, na certificação LEED, o selo de green building mais aplicado no mundo, existem pontos específicos que podem ser obtidos a partir de uma ACV – MRc1 Building Life-Cycle Impact.
Porém, a metodologia da ACV é única independente do seu fim e, cabe-se pontuar que, esta não foi inicialmente idealizada para a construção em si. Os primeiros estudos, sempre focados em produtos, datam do final dos anos 60 e início dos 70[1].
Para o desenvolvimento da ACV, seja esta da edificação como um todo ou de um determinado produto, são utilizados softwares especializados que agilizam a metodologia anteriormente desenvolvida manualmente a partir de extensas tabelas e cálculos. A priori, a diferença básica entre a ACV de Edificação e a de Produto é que a primeira é composta pelos diferentes produtos utilizados na construção civil. Ou seja, é simplesmente uma questão de perspectiva e escopo.
Em uma ACV de construção, é utilizada uma grande base de materiais que tiveram seu ciclo de vida avaliado e, com isso, possuem o impacto calculado detalhado em DAPs (Declarações Ambientais de Produto) verificadas por terceira parte. Já na ACV de Produto são avaliados a origem (extração, beneficiamento, etc) dos insumos que compõe aquele e o processo de fabricação em si, assim como o transporte, uso e descarte no fim-de-vida. Essa ACV é então a base para a emissão de uma DAP.
Observa-se hoje, muito impulsionado pelo crescimento da temática ESG, o forte interesse de fabricantes na avaliação e conhecimento do impacto de seus produtos. Um dos principais objetivos das empresas é atender ao crescente público que busca produtos mais sustentáveis no mercado – de acordo com reportagem publicada na Exame em agosto deste ano, o aumento da compra daqueles considerados sustentáveis foi de 29% em relação ao ano anterior no Brasil, e 27% na América Latina.
Para fabricantes os usos de uma ACV de Produto podem ser diversos. Um guia publicado pela British Plastics Federation (BPF)[2] aponta seis principais aplicações pós-avaliação, são elas:
- Design: estudar possíveis mudanças que podem ser feitas no produto para diminuir seu impacto ambiental;
- Compras: identificar qual produto da empresa tem o menor impacto ambiental;
- Marketing: entender se esse produto é mais “verde” do que o da concorrência;
- Benchmarking: avaliar como a empresa está se saindo em relação a todas as outras do setor;
- Acompanhamento: comparar o desempenho ambiental deste ano com os anos anteriores;
- Política: visualizar iniciativas que ajudarão a melhorar os resultados ambientais gerais.
Sendo assim, uma vez conhecido o impacto do produto, a empresa pode optar por estratégias diversas que vão desde a comunicação adequada com seus consumidores, evitando a prática de “greenwashing”, passando por otimização do produto visando um menor impacto, até planejar a compensação da pegada ambiental para torná-lo carbono neutro, diferenciando dos competidores do mercado. Independentemente do caminho a ser seguido, a Sustentech, como parceiro especializado, pode ajudar nesta jornada!
Escrito por: Bruno Schnellrath, Gerente de Negócios da Sustentech