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O avanço da energia renovável e os desafios para cumprir as metas climáticas da ONU

06 de noviembre

4 min. de leitura

O avanço da energia renovável e os desafios para cumprir as metas climáticas da ONU

A expansão da energia renovável é um pilar essencial para mitigar as mudanças climáticas e promover um futuro mais sustentável. Contudo, apesar de projeções otimistas para o crescimento dessas fontes, as iniciativas atuais ainda estão aquém das metas climáticas globais estabelecidas pela ONU. Este artigo examina os desafios enfrentados pelo setor de energia renovável e propõe estratégias adicionais necessárias para alcançar as metas climáticas globais.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), espera-se que as fontes renováveis supram quase metade da demanda global de energia elétrica até o final desta década. Porém, para atingir os objetivos da COP28 e manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, será necessário triplicar a capacidade atual de energia renovável. Isso significa a adição de mais de 5.500 gigawatts até 2030, uma meta ambiciosa que exigirá esforços coordenados de governos, setor privado e a ampliação da infraestrutura de redes elétricas inteligentes e armazenamento de energia.

Entre as tecnologias renováveis, a energia solar fotovoltaica está projetada para liderar o crescimento, representando aproximadamente 80% da nova capacidade instalada. Entretanto, a viabilidade financeira desse aumento está sob escrutínio. A sobreoferta de módulos solares, impulsionada por altos níveis de produção, resultou em uma queda nos preços, o que beneficia a acessibilidade, mas também afeta a rentabilidade dos fabricantes. Esse paradoxo exemplifica os desafios estruturais do setor: apesar de os preços reduzidos impulsionarem a adoção, eles podem desestabilizar a cadeia produtiva e ameaçar o ritmo de expansão necessário.

Além disso, a transição para energias renováveis, embora crucial, aborda apenas 55% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Fundação Ellen MacArthur. Para lidar com os 45% restantes, que incluem setores como a indústria de aço, cimento, alumínio e a produção de alimentos, é imprescindível a adoção de um modelo de economia circular. A economia circular visa eliminar o desperdício, estender o ciclo de vida dos materiais e regenerar sistemas naturais. A aplicação desse modelo pode reduzir até 9,3 bilhões de toneladas de emissões de carbono até 2050, desempenhando um papel complementar e essencial à transição energética.

A implementação eficaz de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA), biotecnologia e nanotecnologia, também pode catalisar a eficiência na produção e no uso de energia renovável. Por exemplo, a IA pode otimizar a gestão de redes elétricas, integrando fontes intermitentes como solar e eólica com maior precisão, enquanto a biotecnologia pode avançar na produção de biocombustíveis de segunda geração. No entanto, para que essas inovações sejam amplamente adotadas, é necessário um ambiente regulatório que favoreça a inovação e garanta práticas sustentáveis. Governos devem promover políticas públicas que incentivem a pesquisa e desenvolvimento e criem condições para o surgimento de novos mercados, além de estimular a colaboração internacional para harmonizar normas e acelerar a troca de tecnologias.

Outro aspecto crucial é o financiamento. Para viabilizar a transição, será necessário mobilizar trilhões de dólares em investimentos até 2030. Isso inclui a reestruturação de subsídios que ainda favorecem combustíveis fósseis e a criação de mecanismos de financiamento verde, como títulos sustentáveis e fundos climáticos, que possam viabilizar a infraestrutura necessária para a expansão das energias renováveis. Instituições financeiras e investidores devem estar alinhados com esses objetivos, incorporando critérios ESG (Ambiental, Social e Governança) em suas decisões de investimento.

Ainda que alguns países estejam no caminho certo para atingir suas metas de energia renovável, como a Dinamarca e a Alemanha, a maioria das nações enfrenta barreiras significativas, como a falta de infraestrutura, entraves burocráticos e desafios geopolíticos. A adoção de políticas mais abrangentes, que incentivem o desenvolvimento de redes elétricas interconectadas, sistemas de armazenamento avançados e a integração de diferentes fontes renováveis, é crucial. Além disso, uma transição justa que considere os impactos sociais e econômicos é vital para garantir o apoio público e mitigar os efeitos negativos da desindustrialização em regiões dependentes de combustíveis fósseis.

Em resumo, a energia renovável é central para a mitigação das mudanças climáticas, mas não é uma solução isolada. A integração de um modelo de economia circular, o uso de inovações tecnológicas de ponta e a implementação de políticas públicas robustas são componentes indispensáveis para fechar a lacuna entre o que está sendo feito e o que é necessário para cumprir as metas climáticas globais. O desafio é monumental, mas as oportunidades de inovação e desenvolvimento sustentável oferecem um caminho promissor para um futuro resiliente e de baixo carbono. Ao implementar essas estratégias, não apenas avançaremos rumo às metas climáticas, mas também promoveremos uma economia global mais inclusiva, resiliente e sustentável.

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