Este artigo aborda uma das inovações mais relevantes da sustentabilidade global: o conceito de net zero, que se tornou um termo central nas discussões climáticas em todo o mundo. Uma busca simples pelo termo revela milhões de resultados, evidenciando a crescente importância dessa meta no enfrentamento da crise climática.
O que é Net Zero?
“Net zero” refere-se ao equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa (GEE) emitidos e a quantidade removida da atmosfera.
Alcançar o net zero significa que qualquer emissão remanescente é compensada por remoções equivalentes, resultando em emissões líquidas zero.
Esse equilíbrio é essencial para estabilizar o aquecimento global e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Metas globais de Net Zero
As metas globais de net zero foram definidas pelo Acordo de Paris, tratado internacional firmado em 2015 por quase todas as nações do mundo.
O acordo estabelece como principais objetivos:
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Manter o aquecimento global bem abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais;
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Preferencialmente, limitar o aumento a 1,5 °C.
Para que essas metas sejam alcançadas, é necessário que o mundo atinja emissões líquidas zero até meados do século (2050).
Por que essas metas são necessárias?
As metas de neutralidade climática surgem da necessidade de enfrentar os impactos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas, entre eles:
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Eventos climáticos extremos, como enchentes, secas, ondas de calor e furacões;
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Elevação do nível do mar, causada pelo derretimento de geleiras e expansão térmica da água;
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Perda de biodiversidade, com destruição de habitats e extinção de espécies;
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Impactos na agricultura, devido a mudanças nos regimes de chuvas e temperatura;
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Riscos à saúde humana, como doenças relacionadas ao calor, à escassez de água e à poluição atmosférica.
Por que o Net Zero é tão importante?
Alcançar net zero é fundamental por diversas razões, entre elas:
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Mitigação da crise climática: reduzir emissões evita cenários mais severos de aquecimento global.
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Preservação dos ecossistemas: manter temperaturas dentro de limites seguros ajuda na conservação da biodiversidade.
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Segurança econômica: a transição para uma economia de baixo carbono impulsiona inovação, competitividade e geração de empregos.
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Benefícios à saúde pública: reduzir a poluição melhora diretamente a qualidade de vida das populações.
Net Zero e Descarbonização: como se relacionam?
Embora relacionados, net zero e descarbonização não são sinônimos.
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Descarbonização é o processo de redução das emissões de carbono, principalmente CO₂, substituindo combustíveis fósseis por fontes de energia renovável e melhorando a eficiência de setores como transporte, indústria, agricultura e construção.
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Net zero, por sua vez, envolve não apenas reduzir emissões, mas também removê-las ativamente da atmosfera, com tecnologias e ações como:
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captura e armazenamento de carbono (CCS);
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restauração e proteção de florestas, manguezais, turfeiras e outros sumidouros naturais.
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Ou seja, descarbonizar é indispensável para alcançar o net zero, mas a neutralidade climática exige uma combinação de redução e compensação.
Como alcançar Net Zero?
A neutralidade climática depende de avanços tecnológicos, mudanças de comportamento e políticas públicas robustas. Entre as principais estratégias estão:
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Tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS): capturam CO₂ de fontes industriais e o armazenam de forma segura.
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Transição para energias renováveis: como solar, eólica e hidrelétrica.
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Eficiência energética: redução de desperdício e otimização de sistemas em todos os setores.
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Agricultura sustentável: práticas que aumentam o estoque de carbono no solo e diminuem emissões.
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Reflorestamento e conservação de ecossistemas: recuperação e expansão de áreas naturais que funcionam como sumidouros de carbono.
Conclusão
O conceito de net zero aponta claramente a direção necessária para que governos, empresas e sociedade enfrentem a mudança do clima de forma eficaz.
O alcance dessa meta demonstra que é possível conciliar desenvolvimento econômico e qualidade de vida com proteção ambiental, por meio de um modelo de ciclo fechado que reduz drasticamente os impactos climáticos.
Com a sustentabilidade ganhando prioridade em agendas globais, políticas, tecnologias e modelos de negócio orientados ao net zero tendem a se tornar padrão em diversos setores nos próximos anos.