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Sustentabilidade e Justiça Climática: Como o setor da construção pode reduzir desigualdades

05 de novembro

3 min. de leitura

Sustentabilidade e Justiça Climática: Como o setor da construção pode reduzir desigualdades

O setor da construção é um dos maiores responsáveis pelas emissões de carbono e pelo uso de recursos naturais. Mas também é um dos que mais influencia diretamente a vida das pessoas; afinal, trata-se do espaço onde moramos, trabalhamos, nos deslocamos e convivemos. Por isso, discutir sustentabilidade e justiça climática dentro da construção civil é mais do que uma questão ambiental: é uma oportunidade de enfrentar desigualdades históricas e promover cidades mais inclusivas e resilientes.

1. O desafio da justiça climática

As mudanças climáticas não afetam todas as pessoas da mesma forma. Comunidades em situação de vulnerabilidade, que muitas vezes já vivem em habitações precárias e áreas de risco, são as mais impactadas por enchentes, ilhas de calor e crises de abastecimento. A justiça climática propõe que a transição para uma economia de baixo carbono seja também uma transição socialmente justa, garantindo acesso equitativo a habitação digna, infraestrutura verde e qualidade urbana.

2. Habitação digna como direito e estratégia climática

Investir em habitação de qualidade para populações vulneráveis não é apenas uma agenda social, mas também uma medida climática. Casas mal construídas aumentam consumo de energia (com ventiladores, aquecedores, improvisos), ampliam riscos de saúde e intensificam a desigualdade. Projetos habitacionais sustentáveis podem incorporar:

  • Eficiência energética e conforto térmico (ventilação cruzada, isolamento, materiais locais);
  • Água e saneamento com sistemas descentralizados;
  • Uso de energias renováveis em escala comunitária;
  • Flexibilidade de uso para acompanhar as mudanças da vida familiar.

3. Acesso à cidade: mobilidade e inclusão social

Não basta construir casas, é preciso garantir acesso ao tecido urbano. A distância entre moradia e oportunidades de trabalho, educação e saúde é uma das maiores barreiras à equidade nas cidades brasileiras. O setor da construção pode atuar em:

  • Requalificação de áreas centrais com habitação de interesse social;
  • Projetos de mobilidade ativa (ciclovias, calçadas acessíveis, transporte coletivo sustentável);
  • Planejamento urbano integrado, que evita a segregação socioespacial.


4. Infraestrutura verde para comunidades vulneráveis

Áreas com menos infraestrutura verde sofrem mais com enchentes e ondas de calor. A implantação de infraestrutura verde é uma solução que une sustentabilidade, saúde pública e inclusão social:

  • Parques lineares e hortas urbanas comunitárias reduzem riscos de alagamento e geram lazer;
  • Telhados e fachadas verdes em habitações coletivas melhoram o microclima;
  • Árvores de sombra em vias públicas reduzem o estresse térmico;
  • Captação de águas pluviais e jardins de chuva ajudam a evitar desastres e valorizam o território.

5. O papel do setor da construção

Empresas, incorporadoras, arquitetos e gestores públicos têm responsabilidade e poder de transformação. Isso passa por:

  • Incorporar critérios ESG nos projetos desde a concepção;
  • Priorizar certificações de sustentabilidade acessíveis também para habitação social;
  • Fomentar parcerias público-privadas para investimentos em infraestrutura verde;
  • Atuar em capacitação profissional para que comunidades participem da construção e manutenção dos espaços.

Conclusão

A sustentabilidade no setor da construção não pode ser vista apenas como eficiência energética ou redução de emissões. Ela precisa estar ligada à justiça climática, garantindo que os benefícios da transição sustentável alcancem também quem mais sofre com a crise ambiental. Habitação digna, acesso à cidade e infraestrutura verde não são apenas soluções técnicas, mas caminhos para reduzir desigualdades e construir cidades verdadeiramente resilientes e inclusivas.

 

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